Janeiro é um mês de começos e oportunidades, e no contexto dos serviços de Engenharia Clínica, representa o momento ideal para revisar e otimizar o planejamento de manutenções programadas de equipamentos médicos. Com o ano ainda em sua fase inicial, há tempo suficiente para ajustar e melhorar os processos de manutenção, garantindo a segurança e a eficácia no atendimento ao paciente. Aproveito a oportunidade para relembrar algumas dicas que adquiri durante meu tempo como engenheira de campo e convidar a todos para complementá-las.
Normas e Regulações: É fundamental conhecer as normas e regulações envolvidas na manutenção de equipamentos médicos. Devemos estar cientes de que a regulamentação no Brasil é um "organismo vivo", sujeito a atualizações que podem introduzir novas obrigações de manutenção de um ano para outro. Estar a par das obrigatoriedades e periodicidades ajuda não apenas na prevenção de falhas de equipamentos, mas também assegura que a instituição opere dentro dos padrões legais. É crucial verificar quais equipamentos necessitam de Manutenção Preventiva, Calibração, Teste de Segurança Elétrica, Qualificação ou Validação.
Otimizando o Programa: O planejamento antecipado e a revisão periódica dos planos de manutenção são essenciais. Uma dica útil é verificar em janeiro as datas de manutenção dos equipamentos programadas para o ano e ajustá-las conforme necessário para evitar inconvenientes e interrupções no atendimento. Ao longo do ano, é comum que alguns equipamentos saiam do cronograma inicialmente planejado por diversos motivos, como manutenções corretivas, substituições ou empréstimos a outras instituições. Esse processo de revisão deve ser contínuo para garantir a eficiência operacional. Reorganizar as manutenções, principalmente em instituições que utilizam cronogramas compartilhados de envio de padrões ou que contratam serviços de calibração externos, é vital. Por exemplo, se a maioria dos bisturis elétricos tem calibração agendada para março e um único equipamento necessita de calibração em abril, isso pode resultar em custos adicionais.
Avaliação do Dimensionamento de Recursos: Em redes maiores, é vital avaliar regularmente se os recursos disponíveis são suficientes para as necessidades atuais e futuras. Por exemplo, a incorporação de uma nova unidade pode demandar equipamentos adicionais, como um analisador de segurança elétrica. As instituições de maior escala muitas vezes enfrentam tempos de aquisição mais lentos para equipamentos de Engenharia Clínica, então é importante antecipar essas demandas. Hospitais que contratam empresas para calibração ou qualificação devem buscar esses fornecedores antecipadamente para economizar e negociar melhores condições. Como gerente comercial da TECSAÚDE, vivenciei diversas situações em que clientes entraram em contato desesperados no final de semana porque precisavam de calibração emergencial, o que acarretava custos adicionais para mobilizar equipe e recursos.
Outros aspectos a considerar incluem:
A equipe disponível é suficiente para executar o plano de manutenções deste ano?
As reservas técnicas são adequadas para atender ao plano?
O cronograma de envio de padrões está alinhado com o plano de manutenção?
Possuímos os procedimentos necessários para a realização completa do plano ou precisaremos de serviços externos?
Para serviços externos, existe um orçamento (OPEX) previsto no planejamento da instituição?
À medida que a instituição cresce, as demandas por equipamentos aumentam, e o planejamento de manutenção deve se adaptar para evitar gargalos operacionais.
Por fim, e não menos importante, é crucial alinhar os planos de manutenção com os períodos de menor ocupação dos setores assistenciais. Isso ajuda a minimizar transtornos, oferecer melhores resultados para os pacientes e fortalecer o relacionamento com aqueles que estão na linha de frente do cuidado.
E você, qual é a sua abordagem para otimizar as manutenções de equipamentos médicos? Compartilhe suas dicas e experiências conosco! Sua contribuição é valiosa para enriquecer nosso conhecimento coletivo e aprimorar nossas práticas no campo da Engenharia Clínica.
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