O choque elétrico pode causar um formigamento, uma pequena queimadura e até uma parada cardíaca. Quantas vezes abrimos a geladeira e levamos aquele choque chato?. Mas já ouvimos falar de pessoas que ficaram “grudadas” em algum fio desencapado, o que se tornou um acidente sério. Todo mundo sabe que eletricidade representa um risco real e nem sempre damos a importância necessária.
Agora vamos imaginar na atenção à saúde. O paciente está cercado por dezenas de equipamentos que estão ajudando em seu tratamento, quase todos eles utilizam eletricidade para funcionar. Vários desses equipamentos estão conectados ao paciente e até aplicam correntes elétricas para realizar suas funções. E se alguma coisa dá errado e o paciente leva um choque? As consequências podem ser muito mais graves que os pequenos choques domésticos.
Correntes muito pequenas, da ordem de milionésimos de ampere, se passarem diretamente pelo coração podem causar uma parada. A pele íntegra reduz esses riscos e nos protege no dia a dia, mas se estamos doentes, em tratamento, podemos ter ferimentos, ou partes conectadas, que retiram essa proteção. Nessas condições, qualquer descarga elétrica indesejada pode ter consequências muito graves.
Naturalmente os equipamentos médicos são fabricados com características elétricas que reforçam a segurança e diminuem a chance de acidentes. Existem várias normas obrigatórias que determinam os detalhes e, também, estabelecem testes a serem feitos nas fábricas para garantir que esteja tudo certo. Mas isso é suficiente para ficarmos tranquilos?
Existem regras estritas para as instalações elétricas hospitalares que ajudam a garantir mais segurança. Alguns exemplos são o uso de aterramentos especiais, transformadores isoladores, quadros e dispositivos rápidos de proteção, baterias, geradores etc. Toda essa coleção de dispositivos é utilizada, mas ainda resta a dúvida, vai dar tudo certo? Tudo junto vai funcionar bem e ninguém vai levar choque?
Então o que entendemos? Precisamos testar a segurança elétrica dos equipamentos médicos em seu ambiente de funcionamento, inclusive verificando as tomadas a que eles estão conectados. Entendendo essa necessidade foram criados padrões de teste, com normas e condições específicas, conforme o risco de cada tipo de equipamento. Inclusive foram criados equipamentos de teste para fazer essas análises.
Os testadores de segurança elétrica fazem várias medições de correntes envolvendo o funcionamento dos equipamentos médicos. Conferem correntes de fuga, correntes em partes aplicadas, fuga pelo aterramento e assim vai. Depois emitem um relatório que permite verificar se essas medidas estão dentro dos limites permitidos. Estando tudo certo, ficamos tranquilos.
Por isso é importante manter em dia a realização dos testes de segurança elétrica nos equipamentos médicos. Para cada tipo a frequência varia, conforme o nível de risco. Mas sempre se coloca uma etiqueta identificando que foi feito o teste e quando é o próximo, é só conferir!
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